O trabalho com argila desdobra-se em duas frentes complementares: como pesquisa material individual e como vetor de trocas coletivas.
Entre técnicas ancestrais e experimentações contemporâneas, a prática cerâmica se desdobra como investigação contínua sobre matéria, forma e modos de fazer. O ateliê de Erli Fantini e Iuri Chacham tornou-se laboratório de possibilidades escultóricas e utilitárias, onde a argila se revelou em suas múltiplas transformações - da modelagem às alquimias imprevisíveis do fogo.  
  
A investigação pessoal percorreu alguns caminhos:  
- Contrastes entre os fornos elétricos e as marcas e expressões dos fornos a lenha (como a tradicional queima Bizen) ;
- Experimentos com texturas acidentais e esmaltes minerais;
- Elaboração de série de "Potes Suportes", apresentada em exposição coletiva.
Em 2023, essa pesquisa material expandiu-se para o campo pedagógico com a realização de oficinas que envolveram mais de 40 participantes, ministradas junto de Kaori na Escola de Arquitetura da UFMG. Através de exercícios práticos, os encontros exploraram:  
- Técnicas básicas de modelagem manual (pinch-pot e placa);
- Processos de queima (diferenças entre fornos elétricos e atmosfera redução);
- Noções de tratamento de superfícies e esmaltação . 

A cerâmica revela-se como linguagem capaz de conectar saberes, seja nas peças que carregam as marcas do processo, seja nas oficinas que transformam o fazer manual em experiência coletiva. Persiste uma busca por diálogos entre tradição e invenção - sempre entre o tempo lento da terra e a urgência transformadora do fogo.  
Um exemplar da coleção "Potes Suportes", exibida no meio do ano de 2022.
Série "Ouriços/Arrepinhadinhe". 2023.
Coleção de azulejos feitos a partir de placa e sgraffito. 2022.
Ficha técnica:
Erli Fantini, Iuri Chacham, Carmelita, Kaori.