Feito de folhas e penas [Made of leaves and feathers] aconteceu de outubro a dezembro de 2022 no Espaço do Conhecimento da UFMG. Neste período e no mesmo lugar, acontecia a exposição Mundos Indígenas [Indigenous Worlds], que foi um marco, na Universidade Federal de Minas Gerais e na cidade de Belo Horizonte, por ocupar um espaço expositivo com as poéticas ancestrais e cosmopolíticas de cinco povos originários brasileiros — Yanomami, Ye’kwana, Xakriabá, Maxakali e Pataxoop.
A exposição Feito de folhas e penas — no contexto da conclusão do processo de titulação de Doutorado por Notório Saber de diversos mestres de Saberes Tradicionais pela UFMG — pretendeu expandir os mundos indígenas que já habitavam o Espaço do Conhecimento, incluindo assim a pesquisa de duas importantes representantes do povo Tupinamba e Pataxó: Glicéria e Japira.
Glicéria Tupinambá é da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no Estado da Bahia. É artista, professora e cineasta indígena. Participa intensamente da vida política e espiritual Tupinambá, o que resultou no processo cosmopolítico de retomada do fazer da Assojaba Tupinambá.
Assojaba Tupinambá é o manto de penas ancestral dos povos Tupinambá. Com o advento da colonização dos povos indígenas e suas decorrentes violências materiais, espirituais e epistemológicas, o processo do fazer da Assojaba foi perdido no tempo pelo seu povo. A partir de uma jornada espiritual e de pesquisa — que se desdobrou em conexão com as anciãs de sua comunidade, com os espíritos e divindades a quem seu povo referencia e com os acervos de museus etnográficos na Europa, que possuíam exemplares antigos do manto em suas coleções — a artista e pesquisadora Glicéria Tupinambá construiu o caminho de  volta do manto tupinambá para seu povo.
Japira Pataxó nasceu na aldeia Barra Velha, no Estado da Bahia. Japira teve contato desde cedo com grandes mestres e lideranças de seu povo. A partir dos conhecimentos ancestrais que adquiriu nesses encontrou, publicou seu primeiro livro em 2022, em que reune seus saberes sobre os usos medicinais das ervas e plantas presentes nos territórios ancestrais do povo Pataxó.
Os Saberes dos Matos Pataxó são apresentados por Japira a partir da reunião de seus desenhos e relatos sobre plantas, animais e encantados que formam os biomas relacionados a vida Pataxó. Neste precioso material, a artista e mestra dos saberes tracionais compartilha seu conhecimento acerca do manejo, da catalogação e da divulgação do poder de cuidado e cura das plantas e de seus biomas.​​​​​​​
Fotografias analógicas do processo de montagem da exposição.
Realização: Pró-Reitoria de Cultura da UFMG. 
Curadoria: Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá e Renata Marquez. 
Expografia, design gráfico e produção: Augustin de Tugny, Emir Lucresia, Luiza Reis do Nascimento, Paula Lobato e Renata Marquez. 
[pesquisa] Assojaba Tupinambá: Augustin de Tugny, Gustavo Caboco, Juliana Caffé e Juliana Gontijo.
[pesquisa] Mato Pataxó: Ana Boross Queiroga Belizário, Fernanda Regaldo, Mariana Cruz A. Lima, Paula Lobato, Renata Marquez, Victor André Martins de Miranda e Victória Oswaldino.
Educativo, produção e montagem: Espaço do Conhecimento da UFMG.
Apoio para montagem: DEMAI UFMG.